Main Article Content

Resumo

A população acima de 60 anos está crescendo mais rápido que todos os outros grupos etários, favorecendo maior prevalência das limitações funcionais e doenças crônicas próprias do envelhecimento humano. Na população envelhecida, a depressão encontra-se entre as doenças crônicas mais frequentes que elevam a probabilidade de desenvolver incapacidade funcional, desencadeando um importante problema de saúde pública, na medida em que inclui tanto a incapacidade individual quanto problemas familiares em decorrência da doença. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o risco de depressão em idosos frequentadores de uma Casa de Convivência do município de Campos dos Goytacazes - RJ. A pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória foi realizada em uma casa de Convivência da terceira idade do município de Campos dos Goytacazes/RJ. A população alvo foi composta por idosos com idade igual ou superior a 60 anos, ambos sexos, atendidos na Unidade Pública Municipal de Saúde, exclusiva para idosos. Foram exclusos aqueles idosos com qualquer tipo de enfermidade aguda ou crônica que pudesse comprometer os testes realizados, bem como aqueles utilizando medicamentos que poderiam causar distúrbios de atenção, além de idosos não cadastrados na respectiva unidade de saúde. Para coletar as informações da pesquisa foi utilizado um questionário geral estruturado e uma escala de Depressão Geriátrica com 15 itens (EDG-15).   Os idosos avaliados apresentaram idades entre 60-70 anos, sendo 66,7% homens, 36,7% solteiros. Cerca de 76,7% realizam consultas médicas de rotina e 23,3% não o fazem. Ainda, 6,7% apresentaram depressão e 36,6% não apresentaram ou precisam ser avaliados mais cautelosamente. Mais da metade dos idosos avaliados, 56,7%, não apresentaram risco de depressão. Conclui-se que a depressão não é comum entre indivíduos que frequentam grupos de convivência pois nesses locais há estímulo constante ao aprendizado, ao convívio social, a prática de atividades físicas justamente com o propósito de minimizar o risco e a incidência dessa doença. No entanto, cabe ressaltar que as transformações biológicas e sociais nesta fase da vida podem ser determinantes no desenvolvimento de sintomas depressivos. Os estudos demostraram o quão importante é a convivência dos idosos com seus pares e o atendimento especializado às suas necessidades, para o combate aos quadros depressivos na terceira idade.

Article Details

Como Citar
de Campos, L. P. F., Manhães, C. B., Nunes, M. P., & Souza, V. R. (2019). DEPRESSÃO ENTRE IDOSOS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ. Biológicas & Saúde, 9(31), 46-54. https://doi.org/10.25242/886893120191872
Share |

Referências

  1. ALENCAR, N.A. et al. Avaliação da qualidade de vida em idosas residentes em ambientes urbano e rural. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 13, n. 1, p. 103-109, 2010. Disponível em:
  2. ALMEIDA, O. P.; ALMEIDA, SHIRLEY A. Short versions of the geriatric depression scale: a study of their validity for the diagnosis of a major depressive episode according to ICD‐10 and DSM‐IV. International journal of geriatric psychiatry, v. 14, n. 10, p. 858-865, 1999. Disponível em: 3.0.CO;2-8>
  3. BALLTES, P. B., SMITH, J. Novas fronteiras para o futuro do envelhecimento: a velhice bem-sucedida do idoso jovem aos dilemas da quarta idade. A Terceira Idade, v. 17, n. 36, p. 7-31, 2006.
  4. DAWALIBI, N. W.; GOULART, R. M. M.; PREARO, L. C. Fatores relacionados à qualidade de vida de idosos em programas para a terceira idade. Ciência & Saúde Coletiva. v. 19, n. 8, 2013. Disponível em:
  5. DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: Universidade de São Paulo/Fapesp, 1999.
  6. GUTIERRES FILHO, P. J. B., GERALD, T. D. L., BENTO, G. G., DA SILVA, F. C., ARANCIBIA, B. A. V., DA SILVA, R. Qualidade de vida de idosos com deficiência e prática de atividade física em instituições de longa permanência. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. v. 17, n. 1, p. 141-151, 2014. Disponível em:
  7. KHOURY, H. T. T., SA-NEVES, Â. C. Percepção de controle e qualidade de vida: comparação entre idosos institucionalizados e não institucionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. v. 17, n. 3, p. 553-565, 2014. Disponível em:
  8. LIMA, L. C. Formação e aprendizagem ao longo da vida: Entre a mão direita e a mão esquerda de Miró. In: AAVV, Cruzamento de Saberes, Aprendizagens Sustentáveis. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 129-148, 2003.
  9. NERI, A. L., GUARIENTO, M. E. Fragilidade, saúde e bem-estar em idosos: dados do estudo FIBRA. Campinas: Alínea, 2011. 304p.
  10. OLIVEIRA, D. A. A. P.; GOMES, L.; OLIVEIRA, R. F. Prevalência de depressão em idosos que freqüentam centros de convivência. Revista de Saúde Pública, v. 40, p. 734-736, 2006. Disponível em:
  11. PARADELA, E. M. P.; LOURENÇO, R. A.; VERAS, R. P. Validação da escala de depressão geriátrica em um ambulatório geral. Rev. Saúde Pública, v. 39, n. 6, p. 918-923, 2005. Disponível em:
  12. QUEM CUIDA. COM. Rotina de idosos requer cuidados especiais. Disponível em: http://www.nossasaude.com.br/dicas-de-saude/rotina-de-idosos-requer-cuidados-especiais/ Rede Nossa Saúde 2017. Acesso em 25 de ago. de 2019.
  13. RIZZOLLI, D., SURDI, A. C. Percepção dos idosos sobre grupos de terceira idade. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 13, n. 2, p. 225-233, 2010. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S1809-98232010000200007>
  14. SHEIKH, J. I.; YESAVAGE, J. A. Geriatric Depression Scale (GDS): Recent evidence and development of a shorter version. Clinical Gerontologist: The Journal of Aging and Mental Health. v. 5, n. 1-2, 165-173, 1986. Disponível em:
  15. YESAVAGE, J. A., BRINK, T. L., ROSE, T. L., LUM, O., HUANG, V., ADEY, M., LEIRER, V. O. Development and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. Journal of psychiatric research, v. 17, n. 1, p. 37-49, 1982. Disponível em: