Main Article Content
Resumo
Uma das maiores ameaças atuais à integridade esportiva é a questão de gênero. Se, por umlado, há o desejo de inclusão e de assumir a diversidade como algo positivo, incentivandoa participação, por outro, corremos o risco de prejudicar, e até mesmo destruir, acompetitividade nomeadamente das mulheres no desporto de alto nível, algo que deve ser protegido.O presente estudo teve como objetivorefletir sobre a inclusão de atletas transgêneros no desporto de elite.Para o efeito recorremos a uma revisão sistematizada exploratória (Revisão de Escopo), que nos possibilitou identificar produção científica relevante nesta área. Observou-se que o enquadramento técnico sobre equidade, inclusão e não-discriminação com base na identificação de gênero e em variações sexuais, deverá permitir um ambiente seguro e acolhedor para todos, consistente com os princípios consagrados na Carta Olímpica. É competência de cada esporte e do seu órgão dirigente determinar como um atleta pode estar em vantagem desproporcional contra seus pares, tendo em consideração a natureza de cada modalidade. Os critérios de elegibilidade para cada esporte específico, deverão assegurar e ser garantia da equidade, particularmente no esporte organizado de alto nível na categoria das mulheres.Concluímos que todas as pessoas têm o direito à prática esportiva sem sofrer com discriminação e de uma forma que respeite a sua saúde, segurança e dignidade. Ao mesmo tempo, a credibilidade do esporte competitivo – e, particularmente das competições esportivas organizadas de elite – depende da igualdade de condições, por meio da qual nenhum atleta terá vantagem injusta e desproporcional sobre seus pares.
Palavras-chave
Article Details
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os artigos submetidos a Revista Perspectivas Online: Biológicas & saúde serão disponibilizados de forma gratuita na Internet, para que os usuários possam ler, fazer download, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral dos documentos, processá-los para indexação, utilizá-los como dados de entrada de programas para softwares, ou usá-los para qualquer outro propósito legal, sem barreira financeira, legal ou técnica.
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão para publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Referências
- ANDERSON, L., et al. Trans-athletes inelite sport: inclusion and fairness. Emerging Topics in Life Sciences, 3, 759–762, 20219. doi: 10.1042/ETLS20180071
- BASSETT, A. J., et al. The biology of sex and sport. Journal of Bone & Joint Surgery,8:e0140,2020. doi: 10.2106/JBJS.RVW.19.00140
- BUZUVIS, E. Law, policy, and the participation oftransgender athletes in the United States. Sport Management Review, 1–13. 2021. doi: 10.1080/14413523.2021.1880757. [Epub ahead of print].
- BUZUVIS, E. E. Attorney General v. MIAA at Forty Years: A Critical Examination of Gender Segregation in High School Athletics in Massachusetts.2014. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=3714031 (accessedJune 12, 2022).
- CUNNINGHAM, G. B., et al. Inclusive spaces and lockerrooms for transgender athletes. Kinesiology Review, 7, 365–374,2018. doi: 10.1123/kr.2017-0062
- HANDELSMAN, D. J., et al. Circulatingtestosterone as the hormonal basis of sex differences in athletic performance.Endocrine Reviews, 39, 803–829, 2018.doi: 10.1210/er.2018-00020
- HARPER, J., et al. The fluidity of gender and implications for thebiology of inclusion for transgender and intersex athletes. Current Sports Medicine Reports, 17, 467–472, 2018a.doi: 10.1249/JSR.0000000000000543
- HARPER, J., et al. Implications of a third gender for elite sports. Current Sports Medicine Reports, 17, 42–44, 2018b.doi: 10.1249/JSR.0000000000000455
- HARPER, J., et al. How does hormone transition in transgender women changebody composition, muscle strength, and haemoglobin? Systemic review witha focus on the implications for sport participation. British Journalof Sports Medicine, 1–9, 2021doi: 10.1136/bjsports-2020-103106
- HATZENBUEHLER, M. L. Advancing research on structural stigma andsexual orientation disparities in mental health among youth. Journal of Clinical Child&Adolescent Psychology, 46, 462–475, 2017.doi: 10.1080/15374416.2016.1247360
- Hatzenbuehler, M. L., and Pachankis, J. E. (2016). Stigma and minority stress associal determinants of health among lesbian, gay, bisexual, and transgenderyouth: research evidence and clinical implications. Pediatr. Clin. North Am. 63,985–997,2016. doi: 10.1016/j.pcl.2016.07.003
- HILTON, E. N.; LUNDBERG, T. R. (2021). Transgender women in the femalecategory of sport: perspectives on testosterone suppression and performanceadvantage. Sports Medicine, 51, 199–214, 2021.doi: 10.1007/s40279-020-01389-3
- HUGHTO, J. M. W.; REISNER, S. L.; PACHANKIS, J. E. Transgenderstigma and health: a critical review of stigma determinants,mechanisms, and interventions. Social Science&Medicine, 147, 222–231, 2015.doi: 10.1016/j.socscimed.2015.11.010
- INGRAM, B. J.; THOMAS, C. L. Transgender policy in sport, areview of current policy and commentary of the challenges of policycreation. Current Sports Medicine Reports, 18, 239–247, 2019.doi: 10.1249/JSR.0000000000000605
- JONES, B. A., et al. Sportand transgender people: a systemic review of the literature relating tosport participation and competitive sport policies. Sports Medicine, 47, 701–716, 2017.doi: 10.1007/s40279-016-0621-y
- KARKAZIS, K. The misuses of “biological sex”. Lancet, 394, 1898–1899, 2019.doi: 10.1016/S0140-6736(19)32764-3
- KNOX, T.; ANDERSON, L. C.; HEATHER, A. Transwomen in elitesport: scientific and ethical considerations. Journal of Medical Ethics, 45, 395–403, 2019.doi: 10.1136/medethics-2018-105208
- López-Cañada, E., et al. (2020). Physical activity and sport in trans people before and after gender disclosure: prevalence, frequency, and type ofactivities. Journal of Physical Activity and Health, 17, 1–7, 2020.doi: 10.1123/jpah.2019-0192
- MEERWIJK, E. L.; SEVELIUS, J. M. Transgender population size in theUnited States: a meta-regression of population-based probability samples. American Journal of Public Health, 107, e1–e8, 2017. doi: 10.2105/AJPH.2016.303578
- NCAA Office of Inclusion. NCAA Inclusion of Transgender Student-Athletes. Disponível em: https://www.ncaa.org/sites/default/files/Transgender_Handbook_2011_Final.pdf (acesso em 22 jun. 2022).
- STEWART, L.; OATES, J.; O’HALLORAN, P. (2020). “My voice is my identity”: therole of voice for trans women’s participation in sport. Journal of Voice, 34, 78–87, 2020.doi: 10.1016/j.jvoice.2018.05.015
- TANIMOTO, C.; MIWA, K. Factors influencing acceptance of transgenderathletes. SportsManagement Review,24, 452-474, 2021.doi: 10.1080/14413523.2021.1880771.
- Wilk, A., et al. (2020). Muscle strength, size, and composition following 12 monthsof gender-affirming treatment in transgender individuals. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism,105:dgz247, 2020.doi: 10.1210/clinem/dgz247