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Resumo

O planejamento pedagógico das aulas típicas de educação física deve sempre buscar homogeneizar o processo ensino-aprendizado, incluindo-se nesta homogeneização os fatores interativos e inerentes à gama de variâncias biológicas, psíquicas, sociais e culturais do aprendiz (BETTI; ZULIANI, 2002). Para tanto fatores orgânicos, como a preferência de processamento mental (hemisfericidade), devem ser respeitados no planejamento pedagógico (SILVA et al,2009). Por definição, hemisfericidade é uma forte tendência de o indivíduo processar as informações em um dos hemisférios cerebrais (os monohemisféricos) ou em ambos os hemisférios (os bi- hemisféricos) (MARQUES et al, 2006; VALLADO et al, 2004). O objetivo do estudo é mostrar que os conteúdos e estratégias de ensinos planejados a contemplar a preferência de processamento hemisférico podem auxiliar no processo ensino aprendizagem. No caso específico deste estudo uma intervenção nas aulas de educação física com interdisciplinaridade com a matemática. O presente estudo tem como amostra 30 indivíduos de ambos os gêneros (N= 30), na faixa etária entre 10 e 11 anos, todos estudantes do 5º ano do ensino fundamental em uma escola municipal localizada no município de Conceição de Macabu-RJ. Para a identificação do tipo hemisférico dos participantes do estudo foi utilizado o Teste de Conjugação Contralateral dos Movimentos dos Olhos - CLEM - (FERRAZ et al, 2009; MARQUES et al, 2006). O segundo ponto de interesse da pesquisa foram os resultados das avaliações de matemática, estas realizadas em um momento pré e pós-intervenção. Por fim, com intuito de estimular o aprendizado da matemática foi programada uma série de atividades psicomotoras nas aulas de educação física, sendo estas mediadas de forma interdisciplinar com conteúdos próprios da matemática. Analisando o resultado do Teste de CLEM, verificou-se que 21indivíduos (70%) apresentaram ser bi-hemisférico, 6 indivíduos (20%) hemisféricos direito e 3 indivíduos (10%)  hemisféricos esquerdo. Corroborando com o que diz a literatura onde 75% da população é bihemisférica e 25% monohemisférica (CUNHA et al, 2004; OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA, 2003). O grupo HE revelou performance superior e estatisticamente significativa em relação aos grupo BH e não significativa em relação ao grupo HD, sendo o grupo HD superior ao grupo BH, porém não estatisticamente. O aproveitamento na prova de matemática foi de 90,3% grupo HE, 79% grupo HD e 66% grupo BH. Analisando a variância pelo teste Kruskal Wallis, e das múltiplas comparações feitas com o uso do teste de Dunn, podemos analisar as diferenças. Tendo diferença entre o grupo HE vs BH de 13,3, grupo HE vs HD de 7,75, e grupo BH vs HD de -5,51. Os resultados mostram que uma metodologia deste tipo pode ser implementada quando interagindo com a natureza específica do aprendiz. Viu-se que devido a uma construção dirigida à uma variante psicofisiológica dos indivíduos estudados, o resultado no quantitativo da aprendizagem principal foi melhor para aqueles que possuíam a característica psicofisiológica que mais se integrava a metodologia usada.

Palavras-Chave: Hemisfericidade; Interdisciplinaridade; Educação Física Escola.

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Como Citar
M.L.R., M., M.B.C., O., V., F. S., N.T., A. N., & M.R., C. (2015). HEMISFERICIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE: INTERATIVIDADE ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E MATEMÁTICA. Biológicas & Saúde, 5(18). https://doi.org/10.25242/88685182015789
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