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Resumo
A existência de pessoas em situação de rua não é um fato novo a ser abordado, há muitas décadas encontramos pessoas em condições de vulnerabilidade vivendo nas ruas. Apesar do crescimento da população vivendo em ruas em condições de extrema vulnerabilidade, esse assunto só passou a ser discutido pelo governo brasileiro em 2005, a partir de mobilizações da sociedade devido à falta de políticas públicas que abrangesse essa população. Este trabalho objetiva refletir sobre a possibilidade de angústia frente à questão da população de rua no Brasil, trazendo uma abordagem fenomenológica do conceito de angústia segundo o filosofo Heidegger e aproximando da questão social enquanto processo necessário para implantação de políticas públicas efetivas voltadas a essa população partindo das reais necessidades desses sujeitos. A realidade humana é resultado da ação de homens concretos, historicamente circunscritos, que só se compõem enquanto tal por intermédio dessa realidade que produzem; isso significa que ao mesmo tempo que o homem faz o mundo tambem é feito por ele. Assim, para que se constitua homem é necessário que ele se inscreva na realidade humana, portanto, que estabeleça relações com outros homens, que serão intercessões imprescindíveis para a constituição do seu ser. A despeito das condições subhumanas que vivem algumas pessoas, como por exemplo a população em situação de rua, das permanentes ameaças aos direitos dos menos afortunados, ao isolamento cultural, tecnologico, social etc, em especial, nos países ainda em desenvolvimento como o Brasil e de toda condição de sofrimento e mortes precipitadas pelo carecimento de muitas ordens de recursos, sem falar da absoluta pobreza, em contraste com a exuberancia da riqueza. De certo está faltando angústia existencial ao cidadão comum e aos posicionados como gestores públicos. Pode-se perceber que o discurso rebuscado distante de uma vinculação com a vivência real dos menos favorecidos, não acarreta uma significativa alteração vivencial para estes. O que se quer dizer aqui é que a capacidade subjetiva de angustiar-se não está restrita aos esquemas individuas internos de cada um, mas que questões sociais como a que aqui apresentamos podem oferecer um gatilho para uma genuína angústia existencial. Somos interligados uns nos outros numa rede de mútuas implicações e compromissos, e é nesse tecido da coletividade que definimos a nós mesmos e a história humana.
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