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Resumo

A gestação promove importantes alterações mecânicas na configuração toracoabdominal, podendo cursar
com modificação no padrão ventilatório, especialmente na expansibilidade e na força muscular respiratória.
Assim, o objetivo do presente estudo foi comparar a função ventilatória em gestantes e não-gestantes. Foi
realizado um estudo observacional analítico transversal com 20 mulheres com idade entre 16 e 32 anos,
divididas em 2 grupos: gestantes (N=10) e controle de não-gestantes (N=10). Foram excluídos do estudo as
mulheres tabagistas, com doenças pulmonares obstrutivas e restritivas, tais como: obesidade, cifoescoliose
moderada a grave, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística, além de insuficiência
cardíaca e cor pulmonale. A função ventilatória foi avaliada através da capacidade vital lenta (CV), do
volume minuto (VM), do volume corrente (VC), da freqüência respiratória (FR), do fluxo expiratório
máximo (PF) e das pressões inspiratória máxima (PImax) e expiratória máxima (PEmax). Para as variáveis
que apresentarem distribuição normal, verificado pelo teste do Kolmogov–Sminorv será utilizado o teste t de
student. As diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05. As gestantes apresentaram valores
inferiores de Pimáx (-133,9±7,2 vs -89,8±8,2 cmH2O; p=0,002), PEmáx (104,0±3,2 vs 76,8±9,1cmH2O;
p=0,037), PF (447,0±7,4 vs 304,3±10,1 L.min-1; p<0,001) e CV (4,2±0,1 vs 3,2±0,1 L; p<0,001), na
comparação com o grupo controle. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no
volume corrente entre os grupos controle e gestantes. Podemos concluir que a gestação parece promover
alterações na função ventilatória, especialmente na capacidade vital e na força muscular respiratória. Sendo
assim, a Fisioterapia deve estender sua atuação às repercussões da gestação na função ventilatória.
Palavras-chave: fisioterapia, função ventilatória, gestação.

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